Concursos públicos abertos para PF e PRF: Fique ligado nas dicas!
Carreira Policial é coisa séria e o concurso público, por consequência, é deveras rigoroso. Por isso, prepare-se para todo o percurso, não apenas para as provas objetivas e discursivas.
18/02/2021 | Editorial
Como amplamente divulgado, em janeiro de 2021, o Governo Federal - Ministério da Justiça e Segurança Pública – lançou concurso público (Edital nº 1 – DGP/PF, de 15 de janeiro de 2021) para o provimento de vagas na Polícia Federal – PF (Delegado de Polícia Federal, Agente de Polícia Federal, Escrivão de Polícia Federal e Papiloscopista Policial Federal) e também (Edital concurso PRF nº 1, de 18 de janeiro de 2021) para o provimento de vagas na Polícia Rodoviária Federal – PRF (Policial Rodoviário Federal).
São concursos públicos muito procurados que acabam atraindo uma enormidade de pessoas inscritas em busca do tão sonhado cargo público de policial federal.
Eu leciono e advogo há aproximadamente 10 (dez) para esse público, auxiliando na preparação para as provas objetivas e discursivas, assim como na resolução de demandas que, inevitavelmente, surgem durante o transcorrer do certame.
Observe: além de todos os aspectos e controvérsias que circundam as vagas reservadas para negros e para candidatos com deficiência e, ainda, a denominada investigação social, ambos os concursos públicos – PF e PRF – preveem duas etapas, com diversas fases em cada uma delas.
No caso da PF, a primeira etapa do concurso público destina-se à admissão à matrícula no Curso de Formação Profissional e abrange as seguintes fases: a) prova objetiva, para todos os cargos, de caráter eliminatório e classificatório; b) prova discursiva, para todos os cargos, de caráter eliminatório e classificatório; c) exame de aptidão física, para todos os cargos, de caráter eliminatório; d) avaliação médica, para todos os cargos, de caráter eliminatório; e) prova oral, somente para o cargo de Delegado de Polícia Federal, de caráter eliminatório e classificatório; f) prova prática de digitação, somente para o cargo de Escrivão de Polícia Federal, de caráter eliminatório g) avaliação de títulos, somente para o cargo de Delegado de Polícia Federal, de caráter classificatório; e h) primeiro momento da avaliação psicológica, para todos os cargos, sem caráter eliminatório. A segunda etapa do concurso público, por sua vez, consiste no curso de formação profissional, de caráter eliminatório, de responsabilidade da Academia Nacional de Polícia, a ser realizado no Distrito Federal, podendo ser desenvolvidas atividades, a critério da Administração, em qualquer unidade da Federação.
Já no concurso da PRF, a primeira etapa compreende as seguintes fases: a) prova objetiva e prova discursiva, de caráter eliminatório e classificatório; b) exame de aptidão física, de caráter eliminatório; c) avaliação psicológica, de caráter eliminatório; d) apresentação de documentos, de caráter eliminatório; e) avaliação de saúde, de caráter eliminatório; f) avaliação de títulos, de caráter classificatório. A segunda etapa do concurso, por seu turno, consiste no Curso de Formação Policial (CFP), de caráter eliminatório e classificatório, a ser realizado na Universidade Corporativa da Polícia Rodoviária Federal (UniPRF), localizada na cidade de Florianópolis/SC, ou em outros locais indicados pela PRF por meio de edital, e contemplará a realização de provas teóricas e práticas, podendo contemplar, ainda, as seguintes avaliações, em complementação àquelas realizadas na primeira etapa: a) testes de aptidão física; b) avaliação psicológica continuada; c) avaliação de saúde continuada.
De notar que, até o efetivo provimento do cargo e respectivo exercício da função, há uma longa caminhada e, como dito, cheia de percalços para alguns candidatos, infelizmente.
Durante a minha trajetória profissional, de professora e advogada, presenciei inúmeras situações, tais como: a) indeferimento indevido da inscrição; b) prova objetiva/discursiva com questões que extrapolam o conteúdo previsto no edital do certame; c) prova discursiva com erro grosseiro de correção; d) ilegalidades na aplicação do teste físico e da avaliação psicológica que, indevidamente, eliminaram o candidato da disputa; e) candidato eliminado na avaliação médica por patologia sem qualquer relação com o desempenho do cargo; f) avaliação equivocada de títulos; g) ausência de juntada de documentos exigidos no edital no momento oportuno; h) desclassificação do candidato da vaga de cotista, pelo não enquadramento, pela banca, como pessoa negra ou com deficiência; i) não recomendação de candidato em razão de fato apurado durante a investigação social; e etc.
Em alguns casos, inclusive, o candidato já estava no curso de formação policial/profissional e, por alguns desses fatores, foi compelido a deixar o concurso público. Nesse momento, acredite, parece que “o chão se abre”. É puro desespero.
Diante disso, algumas dicas são valiosas:
1° - Leia atentamente o edital do certame;
2° - Reflita em relação a todas as suas características pessoais e de sua vida pregressa, antevendo alguma situação no tocante às fases do certame. Com isso, você já pode solucionar antecipadamente o problema, especialmente no que se refere à condição de cotista; à avaliação de saúde/médica e à investigação social. Ex.1: Se você tem conhecimento de alguma patologia que vai ser verificada no momento da avaliação de saúde/médica, já consulte um especialista e peça um atestado acerca da compatibilidade da “enfermidade” com o desempenho do cargo; Ex.2: Se existe algo na sua vida pregressa, a exemplo de um boletim de ocorrência ou um processo judicial que possa gerar diferentes interpretações na investigação social, trate de esclarecer os fatos antecipadamente.
3° - Prepare-se com antecedência para o exame de aptidão física;
4° - Nunca esconda qualquer informação – os responsáveis pela investigação social vão encontrá-la e, por mais irrelevante que seja, vão excluir o candidato especialmente pela ocultação/omissão;
5° - Tenha parcimônia e responsabilidade em suas postagens em redes sociais e na internet em geral;
6° - Sempre que tiver que apresentar documentos, faça um checklist, confira muitas vezes e solicite a conferência por um terceiro – é duro ser excluído do certame por ter deixado de juntar no momento oportuno um documento listado no edital;
7° - Entenda como acontece a avaliação psicológica;
8° - Procure ajuda especializada para enfrentar as adversidades que surgirem ao longo da caminhada.
Carreira Policial é coisa séria e o concurso público, por consequência, é deveras rigoroso. Por isso, prepare-se para todo o percurso, não apenas para as provas objetivas e discursivas.
A estrada é longa, mas o sabor da conquista é inigualável e compensador.
Giglione Zanela Maia
Professora – Doutoranda em Ciências Jurídicas
Advogada – OAB/SC 41.085
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